27 de janeiro de 2013

As bizarras semelhanças entre Big Brother e Jogos Vorazes

Todo mundo adora fofoca. E não me venha falar que não. Todo mundo quer saber quem começou a namorar ou acabou um relacionamento, pra onde o vizinho viajou ou como a sogra conseguiu emagreceu tão rápido - ela não para de comer um segundo! E é por isso que programas do tipo reality show ainda fazem tanto sucesso. Mesmo que estejam na 2034º edição e sejam sempre a mesma coisa.

Eu nunca assisti a nenhuma edição do Big Brother. E não porque acho que é pra gente "sem cultura" (insira milhões de aspas aqui, please). Mas sim porque nunca me interessou. Não entendo, de verdade, qual é a graça de ver e acompanhar sei lá quantas pessoas dentro de uma casa sem qualquer contato com o mundo exterior.

Conheço uma pessoa que conhece outra pessoa que já passou para as fases finais para ingressar no BBB. E fiquei atordoada quando soube como essas finais são feitas. Pra início de conversa, você vai para o Rio de Janeiro praticamente escoltado. Não fala com ninguém, tem que mudar de carro no meio do caminho e, se por ventura abrir a boca sobre alguma coisa, já está automaticamente eliminado. Coisa de filme mesmo. Dá pra imaginar? Já dentro do quarto, são 24h de puro terror: sem qualquer contato com o mundo exterior, uma prévia da casa mesmo. Sem televisão, celular, internet... Acho que é para testar o concorrente logo de cara. Durante uma das fases, te colocam em um palco com várias luzes apontadas para seu rosto e seu corpo - coberto somente com roupas de banho. É praticamente um exame médico. Completamente bizarro.

Vejo os participantes desse reality show específico como verdadeiros ratinhos de laboratório. Não parece? Imagino um monte de ratinhos dentro de um labirinto tentando escapar de lá e tendo que lidar a todo momento com outros ratinhos que também estão tentando sobreviver. É exatamente a mesma coisa.

Quem leu Jogos Vorazes sabe do que eu estou falando. Na trilogia, essa exploração da imagem pessoal de alguém é mais uma crítica que a autora faz. Logicamente que, nos livros, a barbárie das mortes vai muito além do que vemos diariamente durante os nossos programas de televisão. No entanto, se pararmos para pensar, o princípio é exatamente o mesmo: os participantes fazem de tudo para agradar aos produtores, sabendo que eles, e somente eles, definem o vencedor.

Aí, mais uma vez, o poder da edição entra em jogo. É simples: os produtores do programa mostram o que querem e do jeito que querem. Tanto em Jogos Vorazes quanto no Big Brother, os participantes devem saber que, ao entrar em um programa deste calibre, podem ter (e provavelmente terão) sua imagem modificada em favor do lucro e da audiência.

Veja bem, não assisti a nenhum BBB, mas já ouvi de relance diversos participantes reclamando que a imagem que foi passada na televisão não correspondia realmente a quem eles eram. E aposto que não correspondia mesmo. Já na trilogia de Suzanne Collins, uma das maiores preocupações de Peeta, um dos personagens principais, é não ter sua essência modificada durante os Jogos Vorazes. E Katniss que, a princípio só estava lá para proteger sua irmã, também passa a enxergar isso como um de seus objetivos, mesmo que possa vir a morrer.

O que Collins, então, quis mostrar com a sua trilogia, é que, por mais que achemos ter o controle de algo - como a audiência de BBB ligando desesperadamente para manter um participante dentro da casa -, isso raramente é real. Mesmo que as ligações para a TV Globo realmente mantenham ou não alguém no jogo, o fato é que todo mundo acaba por gostar daqueles que os donos do programa querem que ganhe. Aquele que, com certeza, é o mais bonito, o mais burro ou, então, o mais diferente. E que, de uma maneira ou de outra, é o que dá a maior audiência e os maiores lucros.

2 comentários:

  1. Noooooooosa !! Casa comigo por favor?

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  2. Se no Big Brother aquele bando de idiotas se matasse ficaria mais divertido

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