17 de março de 2019

It's so hard to leave - until you leave

Ultimamente tenho tido uma vontade incontrolável de escrever e acho que sei o por quê. Fazia tempo que eu não tinha, na minha vida, um objetivo tão claro, um sonho apenas esperando para concretizar. Quer dizer, até tinha, mas objetivos simples, que requerem apenas um pouco de planejamento, mínimo esforço e tempo para serem alcançados.

O que sinto dentro de mim, agora, é que finalmente tomei as rédeas da minha vida. Que o objetivo que eu tanto receei em traçar finalmente saiu do meu coração, subiu pela minha garganta e se alojou em um cantinho no cérebro, controlando cada pequena decisão do meu dia a dia. E eu, que sempre fui movida por desejos e vontades, praticamente fiquei sem alternativa a não ser correr atrás daquilo que me motiva cada vez mais.

É estranho pensar nisso, mas estamos apenas no meio de março e eu sinto que já mudei tanto em 2019. Já realizei mais metas este ano do que no ano inteiro de 2018 e olha que ano passado eu até que fiz algumas coisinhas. Esse ano, conforme prometido, comecei a cuidar bem mais de mim. E de um jeito que vai além do passar esmalte aos fins de semana, mas que tem muito mais a ver com o jeito de encarar a vida.

Percebi que a situação política do país, que atingiu seu ápice no fim do ano passado, com a eleição daquele que não deve ser nomeado, me desestabilizou de uma maneira que nunca tinha acontecido antes. Me deixou tão mal, tão ansiosa, com tanto medo, que lembro que na noite de eleição no segundo turno eu praticamente não consegui dormir.

Sei também que, embora tenha motivos para me sentir assim - e eles não são poucos -, grande parte dessa minha ansiedade tinha a ver com as redes sociais. E eu que sempre vivi na internet, sempre fui a maior entusiasta dessas plataformas, cheguei ao ponto de ficar triste cada vez que via a timeline do Facebook ou do Twitter, por exemplo.

Demorou um pouco, mas finalmente tomei a decisão e comecei a deixar de lado algumas dessas redes. A primeira delas foi o Facebook, que simplesmente desinstalei do meu celular no ano passado, irritada com a quantidade de absurdos que as pessoas passaram a postar sem saber do que se tratava de fato. Esse ano, então, resolvi excluir o Twitter que, em outra época, era a rede social que mais me dava informações e notícias em primeira mão.

Não sei se foram as pessoas que comecei a seguir, mas de repente essas redes sociais começaram a me fazer muito mais mal do que bem e, em vez de me distraírem da rotina, passaram a me levar para um caminho negativo, muito pesado, que eu simplesmente não queria seguir.

É difícil tomar esse tipo de decisão. Sair de uma rede social, deixar de correr atrás de um amigo, abrir mão de um emprego que você sempre acreditou ser perfeito para você: não há nada mais difícil. Essa sensação de perda, de desistência é algo que consome até a pessoa mais sensata e consciente do mundo. Mas ao mesmo tempo, é o tipo de decisão que precisa ser tomada. Porque, quando isso acontece, é como se um grande peso nas nossas costas deixasse de existir.

É exatamente aquilo que uma frase do John Green que eu amo diz:


14 de fevereiro de 2019

Eu vou

Impressionante como, quando começamos a envelhecer, nós frequentemente nos perdemos de nós mesmos. Quer dizer, eu sempre fui uma pessoa que usava a escrita para desanuviar do dia a dia, para esquecer a rotina e seus problemas. E, mesmo ano passado tendo sido um dos anos mais difíceis da minha vida, a última vez que escrevi aqui foi em 2016.

Conforme vamos chegando aos 30 anos - e em 2019 é a minha vez - parece que a nossa essência, aquela que lutamos para construir durante a adolescência, começa a se perder. E, em meio a tanto problema, a tanta injustiça e a tanto cansaço, acabamos nos esquecendo de nós mesmos e focando no que menos importa: os outros.

É difícil não se deixar levar pelo dia a dia. É difícil admitir que viver uma vida em que só o que queremos é que o fim de semana chegue não é normal. Que torcer pela sexta-feira e sofrer pelo fim do domingo não leva a nada. Talvez uns reais a mais no banco, mas definitivamente muito menos paciência, saúde e amor.

Ainda é fevereiro de 2019, mas eu realmente acho que esse ano vai ser bom. Ainda não começou a melhorar, confesso, mas alguém me disse que isso é porque a "aura" de 2018 ainda paira sobre nós. Que em breve essa nuvem preta que está sobre cada um dos brasileiros vai embora e a gente - finalmente - vai conseguir olhar pra frente sem lembrar do que passou.

2019 é o ano em que eu vou cuidar de mim. Prometi isso para mim mesma. É o ano em que eu vou ser mais importante do que todo o resto, em que eu vou tomar as decisões que estou deixando de tomar há pelo menos quatro anos. Ainda é fevereiro, é verdade. Mas arrisco dizer que já fiz mais por mim esse ano do que o segundo semestre inteiro de 2018. O meu objetivo é bem claro dentro da minha mente, mas eu ainda não estou pronta para compartilhá-lo com muitas pessoas.

Não agora.
Mas eu vou.
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