30 de janeiro de 2013

Quando os blogs se tornam mais confiáveis que a grande mídia

Sempre tive milhões de blogs e fui muito fã deles. Obviamente que, quando pequena, a minha ideia era ser famosa no mundo online e, como não trabalhava e apenas tinha que ir à escola, passava horas e horas mudando o template e comentando em sites alheios para me tornar conhecida e ter sempre um comentário novo nos meus posts.

Hoje, as coisas mudaram. Depois de quatro anos de Jornalismo na PUC-SP, percebi que determinados blogs passaram a ser tão importantes quanto os veículos de comunicação mais conceituados do país. Em alguns casos, inclusive, tornaram-se muito mais importantes do que determinado jornal ou programa de televisão.

O que acontece, na realidade, é que o público deixou de acreditar na grande mídia, simples assim. Sei que é forte fazer uma afirmação dessas, mas a minha geração, pelo menos, e as que vieram depois de mim, percebeu que a publicidade em torno de programas e sites é, frequentemente, muito mais importante do que a veracidade das informações que eles transmitem. 

Por que os blogs de beleza, atualmente, estão tão conceituados? Porque, simplesmente, o público enxerga estes blogueiros como alguém normal. Não os coloca em um pedestal e, além disso, confia em suas opiniões. Falo isso por experiência própria: quando vou comprar um produto novo, sempre procuro resenhas sobre ele em blogs e não em sites famosos. Para mim, e sei que para dezenas de pessoas, a opinião de um blogueiro é muito mais confiável do que a de um site lotado de publicidade.

Mesmo assim, é necessário tomar cuidado, pois há muito blogueiro por aí se fantasiando de bonzinho quando, na verdade, está mais interessado nos lucros e jabás que ganha com seu trabalho. Todos sabemos que as marcas, hoje, já perceberam o grande mercado que podem abocanhar ao fazer parcerias com determinados blogs. E alguns blogueiros se aproveitaram de sua fama para criar suas próprias lojas online com preços exorbitantes. No entanto, muitos ainda continuam sendo honestos e atenciosos com seus leitores, que enxergam neles uma oportunidade de fugir da opinião massificada da grande mídia. É questão de saber escolher.

Extra: 

a quem interessar, alguns blogs que eu gosto muito e nunca me decepcionaram no quesito confiabilidade.

Pausa para Feminices - www.pausaparafeminices.com
Sem Paletó - www.sempaleto.com.br
Passando Blush - www.passandoblush.com.br
Niina Secrets - www.niinasecrets.com.br
Just Lia - www.justlia.com.br

29 de janeiro de 2013

Matem os personagens principais!


Não gosto de Crepúsculo. E antes que me crucifiquem, li todos os livros e acredito ter um pouco de embasamento para afirmar que a autora escreve muito mal. Desculpem-me os fãs, sei que o livro prende muito a atenção e, apesar da Bella ser uma personagem insossa, a gente torce por ela até o fim. Mas, vamos combinar: não há um clímax durante a estória. Nada, nada. No último livro, que recentemente foi aos cinemas, a única batalha, a maior de todas, simplesmente não acontece.

Todo mundo me julga quando eu falo que adoro quando o autor mata um personagem principal. Não é que sou uma pessoa de sangue frio e que sente prazer em mortes (embora The Walking Dead seja uma das minhas séries favoritas). O que acontece é que quando um autor mata alguém que é muito importante para o público, ele sai da mesmice e surpreende. E não é isso o que a gente procura quando lê ou vê alguma coisa? Porque se eu quisesse histórias iguais, simplesmente leria o mesmo livro várias e várias vezes...

Obviamente que não sou a favor de uma carnificina generalizada, sempre me apego a personagens específicos, mas quando um deles deixa de contribuir para a história, acho que é hora de rever o que, de fato, é melhor para o seriado ou livro em sua completude. Quando fui assistir ao último filme de Crepúsculo, por exemplo, lembro ter me pegado pensando: nossa! Transformaram essa história em algo bom! A morte de alguns personagens, como Carlisle Cullen, fez com que eu percebesse um enriquecimento do enredo como um todo. Obviamente todo esse meu encantamento foi por água abaixo quando descobri que a batalha não havia acontecido de fato. (Aposto que se a Stephenie Meyer não tivesse se metido no filme, as coisas seriam diferentes. Enfim.)


The Vampire Diaries, por exemplo, foi baseada em uma série de livros que, tal como Crepúsculo, era uma história bobinha de amor, com poucas tramas e pouca profundidade. No entanto, a série se tornou, de repente, um exemplo a ser seguido, visto que deixou o enredo infantil de lado - formado, basicamente, pelo triângulo amoroso Damon, Stefan e Elena - para dar mais atenção a outras histórias que, sem dúvida, atrairiam muito mais do que pré-adolescentes românticas. Foi aí que conhecemos Os Originais, que nas mãos de atores como Joseph Morgan (Klaus) e Claire Holt (Rebekah), aumentaram, e muito, a qualidade do seriado.

Contudo, nesta última temporada, talvez a comparação que as pessoas normalmente fazem entre Crepúsculo, os vampiros que brilham, e The Vampire Diaries, os vampiros que arrancam corações com as mãos, não esteja tão equivocada, visto que cada episódio é uma enrolação só e ninguém mais aguenta as lamúrias de Elena e o Stefan corno-manso enchendo o saco a cada segundo.

Se na terceira temporada o público vibrou com a transformação da Elena em vampira, a busca desta nova temporada pela cura (alguém me explica como se cura um vampiro que não está doente, mas morto?) está me fazendo pensar seriamente em deixar de assistir à série - o que seria um pecado, já que Damon é basicamente um dos motivos de eu acordar todos os dias. Parece que, aos poucos, a história está se perdendo em meio a tantos personagens mal construídos, como o chato do Matt e o Jeremy que, em uma hora enxerga fantasmas e na outra vira caçador de vampiros.

Talvez, então, seja hora de avaliar bem quem, de fato, contribui para a história e quem, na verdade, já deveria estar morto há muito tempo para dar um up! ao seriado. Por mim, na verdade, Matt, Jeremy e Bonnie já estariam mortos há séculos. Mas, como Matt e Bonnie são água com açúcar na história, acredito que a morte do Jeremy daria uma boa continuidade a The Vampire Diaries, já que, como foi dito no episódio 11 desta temporada, isso destruiria o finalzinho de humanidade que ainda existe na Elena. Até porque, mais alguém, além de mim, está louco para vê-la virar uma vampira de verdade? Porque, até agora, tudo o que eu vi foi essa chata tomando alguns saquinhos de sangue e se lamentando pra todo mundo, sem ter qualquer atitude de uma vampira de verdade.

27 de janeiro de 2013

As bizarras semelhanças entre Big Brother e Jogos Vorazes

Todo mundo adora fofoca. E não me venha falar que não. Todo mundo quer saber quem começou a namorar ou acabou um relacionamento, pra onde o vizinho viajou ou como a sogra conseguiu emagreceu tão rápido - ela não para de comer um segundo! E é por isso que programas do tipo reality show ainda fazem tanto sucesso. Mesmo que estejam na 2034º edição e sejam sempre a mesma coisa.

Eu nunca assisti a nenhuma edição do Big Brother. E não porque acho que é pra gente "sem cultura" (insira milhões de aspas aqui, please). Mas sim porque nunca me interessou. Não entendo, de verdade, qual é a graça de ver e acompanhar sei lá quantas pessoas dentro de uma casa sem qualquer contato com o mundo exterior.

Conheço uma pessoa que conhece outra pessoa que já passou para as fases finais para ingressar no BBB. E fiquei atordoada quando soube como essas finais são feitas. Pra início de conversa, você vai para o Rio de Janeiro praticamente escoltado. Não fala com ninguém, tem que mudar de carro no meio do caminho e, se por ventura abrir a boca sobre alguma coisa, já está automaticamente eliminado. Coisa de filme mesmo. Dá pra imaginar? Já dentro do quarto, são 24h de puro terror: sem qualquer contato com o mundo exterior, uma prévia da casa mesmo. Sem televisão, celular, internet... Acho que é para testar o concorrente logo de cara. Durante uma das fases, te colocam em um palco com várias luzes apontadas para seu rosto e seu corpo - coberto somente com roupas de banho. É praticamente um exame médico. Completamente bizarro.

Vejo os participantes desse reality show específico como verdadeiros ratinhos de laboratório. Não parece? Imagino um monte de ratinhos dentro de um labirinto tentando escapar de lá e tendo que lidar a todo momento com outros ratinhos que também estão tentando sobreviver. É exatamente a mesma coisa.

Quem leu Jogos Vorazes sabe do que eu estou falando. Na trilogia, essa exploração da imagem pessoal de alguém é mais uma crítica que a autora faz. Logicamente que, nos livros, a barbárie das mortes vai muito além do que vemos diariamente durante os nossos programas de televisão. No entanto, se pararmos para pensar, o princípio é exatamente o mesmo: os participantes fazem de tudo para agradar aos produtores, sabendo que eles, e somente eles, definem o vencedor.

Aí, mais uma vez, o poder da edição entra em jogo. É simples: os produtores do programa mostram o que querem e do jeito que querem. Tanto em Jogos Vorazes quanto no Big Brother, os participantes devem saber que, ao entrar em um programa deste calibre, podem ter (e provavelmente terão) sua imagem modificada em favor do lucro e da audiência.

Veja bem, não assisti a nenhum BBB, mas já ouvi de relance diversos participantes reclamando que a imagem que foi passada na televisão não correspondia realmente a quem eles eram. E aposto que não correspondia mesmo. Já na trilogia de Suzanne Collins, uma das maiores preocupações de Peeta, um dos personagens principais, é não ter sua essência modificada durante os Jogos Vorazes. E Katniss que, a princípio só estava lá para proteger sua irmã, também passa a enxergar isso como um de seus objetivos, mesmo que possa vir a morrer.

O que Collins, então, quis mostrar com a sua trilogia, é que, por mais que achemos ter o controle de algo - como a audiência de BBB ligando desesperadamente para manter um participante dentro da casa -, isso raramente é real. Mesmo que as ligações para a TV Globo realmente mantenham ou não alguém no jogo, o fato é que todo mundo acaba por gostar daqueles que os donos do programa querem que ganhe. Aquele que, com certeza, é o mais bonito, o mais burro ou, então, o mais diferente. E que, de uma maneira ou de outra, é o que dá a maior audiência e os maiores lucros.

15 de janeiro de 2013

Jogos Vorazes: nada é o que parece

Acabei de ler Jogos Vorazes esses dias e, de repente, me vi na obrigação de escrever algo sobre essa trilogia que me surpreendeu tão positivamente. Antes de julgar, saiba que comecei a lê-la imaginando ser uma coleção infantil, tal como outras que gosto tanto, mas ela se mostrou infinitamente diferente do que eu imaginava ser.

Para começar, Jogos Vorazes é aquele tipo de livro que te prende, do início ao fim. Você começa achando que será só mais um na lista e ele se torna um dos seus favoritos. Não que a autora seja a melhor escritora do mundo, não o é. Na realidade, histórias que são escritas em primeira pessoa raramente me agradam. No entanto, o jeito que ela explora algo tão importante - a política - de um modo tão atraente me faz querer recomendar os livros para qualquer um.


A história é ambientada em um país chamado Panem, que é formado por 12 (antes 13) distritos - encontrei, aqui, uma alusão clara às Treze Colônias da América do Norte. Cada um destes distritos é governado pela Capital com unhas e dentes já que, anteriormente, uma rebelião havia se transformado em uma verdadeira guerra. Para não esquecer dessa época, conhecida como Dias Escuros, quando o distrito 13 é destruído, a Capital cria os Jogos Vorazes, em que duas crianças, conhecidas como tributos, de cada distrito, são enviadas a uma arena, onde lutam até a morte. Um meio de mostrar quem manda de verdade no país.

Um belo dia, a irmã de Katniss Everdeen, de apenas 12 anos, é escolhida como tributo feminino. Katniss, obviamente, não quer que ela participe dos jogos e, então, oferece-se para ir em seu lugar. A partir daí, começam dias de terror em uma arena repleta de animais selvagens, armadilhas e, claro, tributos sedentos por sangue.

Até aí, certo: uma história boa e cheia de ação que tem tudo para arrebatar muitos fãs. Contudo, ao longo da narrativa, percebemos o que, de fato, a autora quer mostrar. Aos poucos, inicia-se uma nova rebelião nos distritos de Panem - que a Capital quer desesperadamente controlar. No entanto, parece que a chama já foi acesa e não há nada que possa apagá-la.

(Se você não leu os livros ainda, talvez queira parar por aqui)

Quando os rebeldes finalmente vencem, é hora de um novo poder ser instaurado. Surge, então, a ideia de ser feita uma última edição dos Jogos Vorazes com filhos e netos daqueles que, anteriormente, estavam no poder da Capital. Os vitoriosos de edições passadas, então, são reunidos para uma votação: quem concorda com uma nova edição dos Jogos Vorazes? E a maioria deles diz sim. Inclusive Katniss.

A partir daí, coloca-se em pauta o que, de fato, é a rebelião. Quer dizer, bastou que a ordem se invertesse para que as coisas voltassem ao que eram: uma minoria tentando esmagar a maioria. Um pequeno poder tentando mostrar quem verdadeiramente governa o país. Então, a ideia de que, mesmo com uma rebelião, aos poucos, tudo voltará a ser o que era é abordada por um dos personagens que percebe que, no fundo, todos somos iguais.
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