Um dos poucos lados bons de viver na cidade caótica de São Paulo é ter sempre muito tempo pra ler. Todos os dias eu demoro cerca de 1h para chegar ao trabalho - o que é pouco por aqui, believe me - e sempre uso este tempo pra me atualizar nas leituras. :)
Quem me conhece sabe que sou fascinada por livros de fantasia, simplesmente esqueço do mundo quando leio um! E, essa semana, acabei de ler A Hospedeira, da mesma autora de Crepúsculo, Stephenie Meyer. Na verdade, este não é bem um livro de fantasia, está mais para ficção-científica, que é um gênero que eu também gosto muito.
Já disse aqui que achei Crepúsculo péssimo, completamente sem história, sem clímax e sem sentido. A autora não soube desenvolver o enredo - e nem foi porque ela criou vampiros brilhantes - e, além disso, todos os livros foram mornos do início ao fim. De qualquer maneira, ouvi muita gente falando bem de A Hospedeira e resolvi arriscar lê-lo.
Não posso afirmar que este é um livro sensacional que me prendeu do começo ao fim. Até que demorei bastante para lê-lo, considerando que às vezes devoro enredos inteiros em quatro dias. De qualquer maneira, em relação à saga de vampiros, posso falar, sim, que A Hospedeira é bem melhor, tanto na escrita, quando na história.
Em A Hospedeira, o planeta Terra foi dominado por extraterrestres que se apoderaram dos corpos dos seres humanos. Dessa maneira, apenas muito tarde a sociedade percebeu que estava sendo controlada por outra espécie. Quando Melanie, um dos poucos humanos que restavam, é capturada e tem uma alma invasora colocada dentro de sua cabeça, ela acha que é o fim. No entanto, a situação muda de proporção quando Peregrina, a alma parasita, percebe que Melanie não abrirá mão de seu corpo tão facilmente.
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A Hospedeira, filme (2013) |
A ideia da história do livro é bem legal, de verdade, porque o tempo todo a gente não sabe se torce pela Melanie, que é a humana, ou pela Peregrina, que é a alma invasora. Mais uma vez, a Stephenie Meyer fez com que a gente fosse conquistado pelos personagens e torcesse por eles. Nesse caso, no entanto, é mais complicado, porque apesar de existirem dois personagens diferentes, existe apenas um corpo.
O que me incomodou, no entanto, é que, mais uma vez, deu para perceber que a autora ainda não é madura o suficiente, embora tenha grandes ideias, e sempre acaba se apegando aos personagens, mantendo-os até o fim. Meyer, ao contrário de outros autores, abre mão de uma trama mais elaborada e com algumas perdas, a fim de dar um final feliz e água açúcar em todos os seus livros, o que é algo que, para mim, define se um livro é bom ou apenas mediano. Talvez eu tivesse gostado muito mais de A Hospedeira se existisse mais ação em sua história e se as situações se resolvessem mais rapidamente, mas não tão facilmente. Se tivesse existido uma batalha de fato e o livro não fosse apenas focado na relação humana-alma-outros humanos.
De qualquer jeito, este é um livro bem legalzinho para ler quando o objetivo é apenas distração. Mas nada mais do que isso.